Roteiro 1 – 04/12/09
O natal é em essência uma festa de família e comunitária. Tenho a lembrança da alegria que sentia quando criança com a chegada de dezembro. As minhas memórias são memórias de menina do interior. As crianças, mulheres em torno da avó, se reuniam para fazer numa tarde de domingo os biscoitinhos de natal decorados. O corte do pinheiro com o pai e com a mãe na função de enfeitá-lo na noite do dia 06 de dezembro. As cantorias dos ternos de Reis que vinham nas madrugadas, e depois era aberta uma garrafa de champagne e servidos os biscoitinhos pela comunidade com a intenção de celebrar com cantos que contam em versos e melodias as histórias do Natal.
Pinheirinho enfeitado - cantores da paz
As histórias tradicionais dão a conhecer, quase sempre, não só a unidade que existe no ser humano mas também a diversidade neste mundo onde vivemos. Nos contos as pessoas, oa atos e fatos desconstroem-nos e reconstroem-se em palavras e humanizam-nos sem rasurarem a magia. O Natal em si é a rememoração de uma narrativa, o nascimento de Jesus, história revivida na intenção de trazer ao coração todo o simbolismo do sagrado nascimento, escrito nas estrelas e anunciado através dos tempos pelos astronomos e conhecedores das antigas ciências. E dia 06 de dezembro é dia de marcar simbolicamente esta narrativa com a preparação do pinheiro e de colocar a estrela guia bem lá no alto para que o amor possa ser guiado e vem renascer sempre nos lares dos que confiam...
É tempo de ascender as luzes, as chamas da fé e do amor...
Para celebrar compartilho, lembro uma bela história que tem tudo haver com o espírito de Natal:
“Certo dia o fósforo disse para a vela:
- Minha missão é te acender.
- Ah, não, disse a vela. Tu não vês que se me acendes meus dias estarão contados. Não faz uma maldade dessa não.
- Então queres permanecer toda a tua vida assim dura, fria, sem nunca ter brilhado, perguntou o fósforo.
- Mas ter que me queimar. Isso dói. Consome as minhas forças, murmurou a vela.
- Tens toda razão, respondeu o fósforo, esse é precisamente o mistério de tua vida. Tu e eu fomos feitos para ser luz.
O que eu, como fósforo, posso fazer é muito pouco. Mas se passo a minha chama para ti, cumprirei com o sentido de minha vida. Eu fui feito justamente para isso: para começar o fogo. Tu és vela. Tua missão é brilhar.
Toda tua dor, tua energia se transformará em luz e calor.
Ouvindo isso a vela olhou para o fósforo que já se estava apagando e disse:
- Por favor, acende-me.”
A estrela brilhou - cantores da paz
Os ternos de Reis pela comunidade tem a intenção de celebrar com cantos que contam em versos e melodias as histórias do Natal.
18/12/09
É época de abrir o coração... mas é tanta correria com os preparativos...
a celebração do nascimento do mestre do amor vem nos lembrar...
“amai-vos uns aos outros”... o presentear é a lembrança simbólica do amor em nós, as dimensões do afeto e não obrigação ou tradição...
A presença das pessoas, seu amor é mister da consciência crística em nós, os mais belos presentes... então os faço, os escolha e os dê com carinho...
“Há certo tempo atrás, um homem castigou sua filhinha de 3 anos por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado. O dinheiro andava escasso naqueles dias, razão pela qual o homem ficou furioso ao ver a menina envolvendo uma caixinha com aquele papel dourado e colocá-la debaixo da árvore de Natal.
Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menininha levou o presente a seu pai e disse :
"Isto é pra você, paizinho !".
Ele sentiu-se envergonhado da sua furiosa reação, mas voltou a "explodir" quando viu que a caixa estava vazia.Gritou, dizendo :
"Você não sabe que quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa ?A pequena menina olhou para cima com lágrima nos olhos e disse :
"Oh, Paizinho, não está vazia. Eu soprei beijos dentro da caixa. Todos para você, Papai.
"O pai quase morreu de vergonha, abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.
Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos e sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.”
Autor desconhecido.
Só mais uma vez
Há um romance do século dezenove que se passa numa pequena cidade gaulesa, na qual, durante os últimos quinhentos anos, a cada ano, na noite de Natal, o povo todo se reúne na igreja para orar. Pouco antes da meia-noite, eles acendem velas e, cantando cânticos e hinos, descem alguns quilômetros por um caminho de terra, em direção a uma velha choupana de pedra abandonada. Lá montam um presépio, com manjedoura e tudo.
E, em simples devoção, se ajoelham e rezam. Seus hinos aquecem o ar gelado de dezembro. Todos da cidade, podendo caminhar, estão lá.
Há um mito naquela cidade, uma crença de que se todos os habitantes estiverem presentes na noite de Natal, e se todos rezarem com fé verdadeira, então, e só então, ao bater da meia-noite, o Messias retornará. E durante quinhentos anos, o povo tem ido àquela ruína de pedra e rezado. Entretanto, o retorno do Messias os iludiu.
Pergunta-se a uma das principais personagens neste romance:
Você acredita que Ele voltará para nossa cidade na noite de Natal?
Não – ele responde, balançando tristemente a cabeça -, não acredito.
Então, por que vai todos os anos? – pergunta.
Ah – diz ele sorrindo. – E se for o único a não estar lá quando acontecer?